quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Like Crazy, por Ricardo Branco



Direção: Drake Doremus
Argumento: Drake Doremus / Ben York Jones
Elenco: Felicity Jones, Anton Yelchin e Jennifer Lawrence

           Sempre que criamos grandes expectativas em relação a alguma coisa, o mais certo é isso vir a trair-nos e resultar numa grande desilusão. Eu criei imensas expectativas em relação ao Like Crazy: mas aqui, o resultado não foi uma desilusão, mas sim um superar de qualquer idealização que eu tivesse feito.
            Like Crazy é um filme da vida real – é um monstro que se torna tão grande dentro de nós, como se de facto pertencêssemos àquela história de amor. Assim que chegamos a nove minutos de filme, estamos completamente rendidos a estas personagens tão reais que desenvolvem uma relação de amor da maneira mais simples possível.
            Nunca tinha visto nada com a Felicity Jones, mas não há maneira de escaparmos à  sua brilhante e natural prestação como atriz. É duma beleza e fragilidade tal: que nos leva a  ficar vidrados em planos centralizados na sua personagem. Anton Yelchin é muito bom também, mas isso já eu sabia desde as psicanálises de Charlie Bartlett.
            A fotografia, a edição, o argumento: tudo está em perfeita harmonia neste filme e acerta-nos como um soco no estômago – assim ao jeito de Blue Valentine. A banda sonora é genial (é bom referir) e é a cereja no topo do bolo deste nosso envolvimento duma história que nos sendo estranha, é muito nossa também.
            Like Crazy não é o filme que o trailer promete, é muito melhor que isso – mas essa questão vai fazer com que o filme seja incompreendido por muito boa gente e acabe posto de lado no circuito comercial banal: o que sinceramente, na minha opinião – é sempre bom sinal.
            Para quem está à espera de uma história de amor que consiga ultrapassar tudo – pode entrar na sala de cinema ao lado porque esta não é essa história: esta é uma história de amor real e isso é sempre muito melhor que qualquer conto de fadas que nos atirem para cima formatado e pouco original. Esta é uma história sobre as ironias da vida: sobre aquilo que temos e não conseguimos ver - sobre as coisas que não conseguimos entender.
Drake Doremus é assim um realizador e argumentista de que se espera muito a partir de agora, mas acredito veemente que será bastante complicado superar uma história de amor que nos faça apaixonar “como loucos”.

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