quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

The Girl With The Dragon Tatoo, por Sandra Moreira





Direção: David Fincher
Argumento: Steven Zaillian, Stieg Larsson
Elenco: Daniel Craig, Rooney Mara e Christopher Plummer









Desta vez não li o livro. A minha crítica não se baseia em ideações e construções mentais prévias acerca de cenários, pessoas ou diálogos. Desta vez não. Como se a história tivesse sido escrita só e apenas como guião deste filme, decidi experimentá-lo e render-me à realização de David Fincher, nunca antes uma decepção.

O filme cria-nos desde início uma atitude expectante. Em apenas 2 minutos e meio e através daquele que poderia ser um dos melhores vídeoclips da música de Trent Reznor, a sequência visuoauditiva inicial que se nos apresenta constrange-nos imediatamente com emoções que se vão consolidando em sentimentos ao longo do filme.

O argumento, esse poderia ser o do mais banal policial. Mas toda a conjuntura histórica e a carga emocional que o filme carrega, trazem para um plano tão importante como o da própria história, a essência de cada personagem, individualmente, como se em cada uma delas revivêssemos parte de nós mesmos.
A banda sonora é ela própria a tradução auditiva do que a imagem nos oferece. E tal sincronia sensorial vale metade das estrelas!
Lisbeth Salander (Rooney Mara) é a alma do filme. Tudo o resto é apenas o seu corpo, a sua materialização, o que os olhos comuns conseguem ver. Agarrou a recriação visual da sua personagem e brincou com ela, certamente com a mesma obsessão e prazer com que uma criança agarra um brinquedo novo. Através de um ser anti-social e pouco convencional, torna-se de tal forma envolvente que a empatia pela sua personagem se torna inevitável.

Não poupando as cenas de molestação e violação, de morte, perda e traição, o filme torna-se chocante com o som arrebatador do grito e do próprio silêncio.

Muito mais do que um filme sobre investigação criminal, este é um filme que nos assombra com o poder dos instintos, do amor, da paixão, da ira e da revolta. Todos eles, indissociáveis a certo momento na vida de cada um de nós…
Mais uma vez, David Fincher não decepcionou.

1 comentário:

  1. Muito bom este filme, é nota 10 sem margens para qualquer duvida.
    E claro, Daniel Craig sempre no seu melhor, mais uma enorme performance.

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